27.10.11

A internet veio atrapalhar a filosofia?

Antes era muito mais fácil encontrar-se sozinho, na companhia apenas dos próprios pensamentos. A internet tirou esse nosso “estar só”. Não há mais como ficar sozinho com suas divagações, desenvolvendo ideias. E há, e quando isso ocorre alguém tem gente lá da “caixa prego” que diz: “ você devia fazer um face”. Antigamente, quando anoitecia, o mundo se recolhia consigo mesmo e suas ruminações. Hoje temos a eletricidade, a televisão, saímos de casa etc. Não que isso seja ruim. Mas desta forma sempre estaremos, o tempo todo, com outras pessoas, com outras coisas acontecendo. Suspeito de que toda essa frenética carência de querer se “aparecer” em redes sociais pode nos impedir de desenvolvermos a nós próprios e a nossas ideias. O que motiva esta postagem é o constante bombardeio de informação sem senso, sem o pingo de cabimento, opiniões alheias e alhures de coisas sem fundamento. As redes sociais são boas, mas tem gente usando errôneamente: Tem nêgo dando satisfação de coisa que não precisa. “Mas quem é você para querer dizer o que tenho ou não tenho que colocar no meu facebook”, pergunta aquela que costuma postar a quantidade de horas, minutos e segundos que passou ao telefone com namorado. “Mas quem você pensa que é”, indaga a escantada que todo dia dá seu 'bom dia' e não recebe nem sequer uma cutucada. “Homi, deixa de ser besta”, vocifera aquele que não tem uma frasezinha própria, uma ideologiazinha a qual seguir, uma bandeirazinha a empunhar, e usa o 'copiar' e o 'colar' em tudo que é pensamento que possa servir de auto-ajuda para seus amigos, mesmo sabendo (mas se esquivando) de que ele próprio é o destinatário principal daquela mensagem do desconhecido autor. “Vá comer bosta”, cuspiu aquele metido a culto que cita Aldous Huxley sem mesmo saber que o cara tava quase cego e precisava agradar seus leitores com coisas medianas, para que lhes fossem peculiar, e assim conseguir algum para viver.

Tô caindo fora, essa atmosfera está me matando.

3 comentários:

  1. há muita não informação nas redes mesmo, mas o que não informa, não acrescenta, se não acrescenta nada significa e pela lógica não atrapalha.
    Dúvida: "como desenvolvermos a nós próprios e a nossas ideias" estando sozinhos? não consigo enxergar essa possibilidade. como saber se desenvolvemos ou retrocedemos sem nos enxergar nos outros?
    tenho um palpite pra pergunta-título: uma enxurrada de pensamentos e ideias compartilhados em velocidade máxima, e mais uma enorme quantidade de pensamentos e ideias novas e novas reflexões e novas, de novo, de novo, de novo é o que acontece nas redes sociais: filosofia pura,em grande quantidade, em outra velocidade, em outra plataforma.
    infelizmente pra uns e felizmente pra outros as redes não tem um modo de usar pre-definido e nem a filosofia. Amém!

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  2. voltei! esqueci de mencionar uns dizeres filosóficos: "quem não se comunica se trumbica" BARBOSA, Abelardo.rsrs

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  3. Que rebeldia é essa rapaz? Concordo com tudo que está escrito aí, mas tem um porém, a vida também é feita de futilidades. Claro que tem muitos sem noção nas redes, mas tem outros tantos com algo de bom a nos oferecer, cabe a nós separarmos o joio do trigo.

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