Peguei, primeiramente, uma seleção de poesias de Raïssa Maritain, abrindo no seguinte trecho:
“Ó paz noturna doce-amarga
Ó calma gloriosa que nos liberta e que nos prende
ao objeto sem-igual dos desejos infinitos”
Larguei imediatamente o livro, entendendo ser sacrilégio ler tamanha inspiração ao som de motos insones como eu.
Peguei depois O Espírito da Filosofia Medieval, de Etiene Gilson, e li:
“... não devemos procurar fora de Deus uma causa da existência de Deus”.
Recordo que foi justamente nesse capítulo que Thomas Merton teve seu intelecto tocado, convertendo-se, posteriormente, ao catolicismos e se tornando monge trapista.
Próximo!
Enquanto pegava Fernando Pessoa, uma enxurrada de mensagens de texto da Dalila. Juntando-as, deu isso:
“Sereno ele retorna do impossível
Traz no bico de prata
a rosa azul dos sonhos que tivemos
e nos pés de cristal a morna terra das estrelas
Branco e tranquilo e leve e livre e alegre
quase como morto já estivesse
o pássaro feliz esvoaça no meu seio
afugentando as sombras com seu canto”
Era isso que eu estava precisando: Mário Faustino, poeta-jornalista-tradutor-crítico literário teresinense.
Em todo mundo dos livros eu não encontraria nada semelhante a isso. Com essa dose letal de pura beleza vou para meu berço esplêndido, agradecendo ao pássaro místico e à sua emissária por ter afugentado a insônia com o seu canto.
Obrigada Amor por mais um texto belíssimo!!
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